Nos mágicos anos 70, os dois mestres sobem juntos ao palco para homenagear uns aos outros e mostrar o melhor das duas lavras, então chegando ao auge. Um verdadeiro tesouro da história da MPB, sem sucessos óbvios.
Dupla dose de talento
Cerca de quinze anos antes de a televisão contratá-los para um genial programa musical em conjunto, Chico Buarque e Caetano Veloso já dividiam um palco. Em pleno ano de 1972, a ditadura militar comia solta, e com ela a criatividade dos mestres estava a mil por hora. Alguém pensa que a mistura de "Cotidiano" (de Chico) e "Você Não Entende Nada" (de Caetano) surgiu com Daniela Mercury, em plena década de 90? Nada disso. Naquela época o baiano e o carioca já misturavam o final de uma ("Eu quero que você venha comigo _ todo dia") com o começo da outra ("Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã"), em um pot-pourri (que na época não se chamava medley) de grandes canções da MPB. Apesar do sucesso que já angariavam na época, os dois deixavam as canções mais óbvias de lado para cantar pérolas menos conhecidas, como "Ana de Amsterdam", "Os Argonautas" e "Esse Cara", que podem faltar nas coleções dos fãs mais jovens, mas não deveriam. O mais interessante é o confronto de estilos. Enquanto Chico, esperto mas discreto, dá um "Bom Conselho", que é de graça, e mostra carioquice de "Partido Alto", Caetano chuta o balde em "Tropicália", cada um combatendo o verde-oliva à sua maneira. E a face romântica de cada um também aparece, em "Morena Dos Olhos D'Água", "Atrás Da Porta"… pena que em um disco de vinil não cabiam os 80 minutos de um CD.
Por Bernardo Araujo.
Link: http://www.sendspace.com/file/ept6ye
Clave/Senha: amendoeiraclub.blogspot.com
Dupla dose de talento
Cerca de quinze anos antes de a televisão contratá-los para um genial programa musical em conjunto, Chico Buarque e Caetano Veloso já dividiam um palco. Em pleno ano de 1972, a ditadura militar comia solta, e com ela a criatividade dos mestres estava a mil por hora. Alguém pensa que a mistura de "Cotidiano" (de Chico) e "Você Não Entende Nada" (de Caetano) surgiu com Daniela Mercury, em plena década de 90? Nada disso. Naquela época o baiano e o carioca já misturavam o final de uma ("Eu quero que você venha comigo _ todo dia") com o começo da outra ("Todo dia ela faz tudo sempre igual, me sacode às seis horas da manhã"), em um pot-pourri (que na época não se chamava medley) de grandes canções da MPB. Apesar do sucesso que já angariavam na época, os dois deixavam as canções mais óbvias de lado para cantar pérolas menos conhecidas, como "Ana de Amsterdam", "Os Argonautas" e "Esse Cara", que podem faltar nas coleções dos fãs mais jovens, mas não deveriam. O mais interessante é o confronto de estilos. Enquanto Chico, esperto mas discreto, dá um "Bom Conselho", que é de graça, e mostra carioquice de "Partido Alto", Caetano chuta o balde em "Tropicália", cada um combatendo o verde-oliva à sua maneira. E a face romântica de cada um também aparece, em "Morena Dos Olhos D'Água", "Atrás Da Porta"… pena que em um disco de vinil não cabiam os 80 minutos de um CD.
Por Bernardo Araujo.
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